segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cinomose


Enfermidade infecto contagiosa, que afeta só os cães entre os animais domésticos. Causada por um vírus, sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido; muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano. Ocorre mais em jovens, mas animais idosos também podem se contaminar se não vacinados.

Se infectam (contaminam) por contato direto ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado. Essa transmissão é por secreções do nariz e boca de animais infectados (espirros e gotículas que saem do nariz quando se respira) é a principal fonte de infecção. O animal doente espirra e contamina o ambiente e os animais que estejam perto. Inclusive, se tiver um ser humano por perto, o vírus pode ser carregado até um animal sadio por ele.

O animal pode se contaminar pela via respiratória ou por via digestiva, por contato direto ou fômites (pode ser um objeto ou um ser humano, por exemplo, que carregam o vírus na roupa, nos sapatos) , água e alimentos contaminados por secreções de cães doentes.

Após o animal ser infectado, ocorre o período de incubação do vírus (digamos que seja o período que ocorre entre o vírus entrar no corpo e o corpo começar a manifestar os sintomas da doença) por 3 a 6 dias , ou até 15 dias, e depois disso a temperatura pode chegar a 41ºC, haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal . Este estado dura mais ou menos 1 a 2 dias. Depois se segue um período de 2 a 3 dias, as vezes meses, em que parece que tudo volta ao normal. Depois disso pode ser que apareçam os sinais e sintomas típicos da cinomose.

Pode haver sintomas digestivos (diarréia e vômito), respiratórios (corrimento nasal e ocular) ou nervosos ( tiques nervosos, convulsões, paralisias, etc) ou haver associação deles.

O animal pode morrer tendo desenvolvido só uma das fases da doença ou sobreviver desenvolvendo todas, podem desenvolver cada tipo de sintoma aos poucos ou todos juntos.

Normalmente os primeiros sintomas da 2º fase são febre , falta de apetite, vômitos, diarréia, dificuldade para respirar. Depois conjuntivite com secreção , corrimento nasal, com crostas no focinho, e pneumonia. Pode se seguir por 1 a 2 semanas e daí aparecerem os sintomas nervosos, tiques nervosos, depois sintomas de lesões no cérebro e medula espinhal. Em uns, por inflamação no cérebro, os animais ficam agressivos, não conseguem as vezes reconhecer seu dono, ou em outros, ocorre paralisia dos músculos da face em que o animal não consegue abrir a boca nem para tomar água, apatia profunda; por lesões no cérebro e na medula espinhal, andar cambaleante, paralisia no quarto posterior ('descadeirado'). Dificilmente os sintomas são estacionários (vão piorando sempre, de maneira lenta ou rápida).

É de difícil tratamento, dependendo quase exclusivamente do cão sua sobrevivência ou não. Digo quase exclusivamente, porque o veterinário pode ajudar eliminando coisas que podem atrapalhar sua "guerra" com a doença, como as infecções que ele pode ter por fraqueza, aconselhar a alimentação correta, receitar medicamentos que ajudem a combater as inflamações no cérebro, receitar uma medicação que tente aumentar sua resistência, etc.

Sua evolução é imprevisível, ou seja, quando o cão adoece, não há como saber se ele vai se salvar ou não, ou se a morte vai ser rápida ou lenta.

A melhor solução ainda é a prevenção, ou seja, vacinar corretamente.

FORMAS CLÍNICAS DA DOENÇA:

A - PULMONAR - São predominantemente do aparelho respiratório as anormalidades constatadas quando do exame clínico do animal, traduzindo-se por inflamação do faringe e laringe que provoca tosse, assim como da traquéia e os próprios pulmões, neste ocorrendo pneumonia.

B - DIGESTIVA - O aparelho digestivo é o predominantemente afetado, com vômitos e disenteria, de início serosa para se tornar em seguida com presença de sangue (hemorrágica) e purulenta em seu final.

C - NERVOSA - Predominantemente sinais nervosos, com sintomas típicos de encefalite.

D - CUTÂNEA - É a forma mais benigna da doença, quando os sinais comprovados são unicamente na pele (vesículas e mesmo pústulas), ou mucosas, aparecendo conjuntivites serosas breves , tendo evolução para cura rápida sem maiores complicações. Os animais vacinados que não adquiriram por alguma razão conveniente imunidade, em geral exteriorizam esta forma da doença.

TRATAMENTO - Sendo disponível o chamado Soro Hiperimune (Gama Globulinas específicas), é o tratamento de eleição, secundado por antibióticos de largo espectro para combate das infeções secundárias concomitantes. Tratamento sintomático, como por exemplo da conjuntivite é também oportuno com a finalidade de ser evitado possível complicação como úlcera da córnea e mesmo panoftalmia.

PREVENÇÃO - Vacinação dos animais sensíveis a doença, com Vacina de boa procedência, esta obtida preferentemente por cultivo em passagem por furão, dando como resultado a chamada vacina viva atenuada. Modernamente também é utilizado o cultivo do vírus em membrana cório-alantoide de ovos embrionados de galinha, esta chamada de Vacina avinizada. A primeira vacinação deve ser aplicada nos animais pelo menos 30 dias após seu desmame e separação da respectiva mãe, e uma segunda dose, e mesmo uma terceira vacinação após transcorridos 30 e 60 dias dessa primeira dose administrada. Em geral é encontrado no comércio veterinário, essa vacina associada aquelas profiláticas contra a Hepatite e Leptospirose, constituindo em seu conjunto na chamada Vacina Tríplice. Podem ser encontradas também associadas para prevenção de outras doenças, como a própria Raiva, e mesmo outras doenças causadas por vírus e bactérias que acometem esses canídeos.

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